sexta-feira, 26 de agosto de 2016

O LOUCO: CONCRETUDE DA IDEIA


Escapa de mim a palavra, mas a força do signo me conduz à expressão. E me subjugo a eternidade - soma de todos os tempos - e me plasmo no infinito - soma de todos os espaços -. E permito desintegrar-me em ideias, recorro ao sonho e ao delírio, e assim me transporto para o desconhecido. Impulsionado pela imaginação me elevo aos céus e desço às entranhas da terra. Permito-me queimar no magma. Adianto-me no espaço e no tempo e ultrapasso o brilho das estrelas. Desembaraço-me da consciência de mim... O pensamento desconhece então a tangência do existir. E então a vida me acontece... Destemido deslacro o mistério e me orno com os louros do que é insano em mim. Perco-me de mim, tu porém pega do fio da meada que se desprende em novelo de mim. E sabes que sou, embora eu já me despeça inebriado daquilo que seria tu. 


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